domingo, 26 de junho de 2011

Caminhos



Um caminho é percorrido. Não existem em mim certezas de quanto tempo demorará, nem de como serei quando alcançar o seu fim.
Na mochila apenas levo recordações e as palavras que sempre escrevi. É uma viagem que sinto que nunca mais irei esquecer. Não sei apenas se terei forças para continuar a caminhar deixando tudo para trás. Não sei se as poucas forças que me restam me deixarão seguir até ao fim.
Vou olhando para trás de vez em quando. Tento avistar o rosto que mais saudade me dá. Não consigo falar, não consigo desprender o meu olhar do horizonte.
Por quanto tempo lá ficarei eu?
Por quanto tempo mais sentirei eu que é difícil estar longe de quem me fez nascer? Queria tanto voltar para trás…
Acho que não serei capaz de continuar, mas não páro de caminhar. Talvez, embora sinta que nunca nada me custou tanto a fazer como isto, seja mesmo o melhor a fazer.
Continuo apenas a caminhar pela vida, sem nada entender. Sou agora seguida pelo caminho que na inconsciência escolhi, que me levou a tudo perder.
Será que nunca mais farei tudo o que ainda tinha para fazer contigo?
Não me sais do pensamento por um único segundo.
Sinto a tua falta antes de adormecer. Sinto saudades de quando não saías do meu espaço.
Só queria que tudo isto acabasse…
Abro os meus braços e fecho os meus olhos para receber o sol, sinto este mundo agora muito diferente. Levo comigo a esperança de olhar para trás, num mero segundo, e ver-te na minha direcção, a correres para me abraçar. Não pode tudo ter passado de uma ilusão, não pode, não acredito!
Como queres que esqueça eu tudo assim, tão depressa?
Já não sou assim, sou o que te digo…
Sabes qual é o meu maior segredo? Quero-te apenas a ti. Mas, de alguma forma, sinto que sempre tive medo.
Ouvir a tua voz é ouvir tudo o que eu quero para mim. Peço-te que não desistas, não tu, por favor.
Teremos nós gastado toda a palavra Amor? Ficará agora apenas toda esta dor bem como a tua imagem?
Tenho tanto para te dizer… Mas não páro de caminhar, não entendo muito bem porquê.
E acabarei eu por rasgar este pensamento posto em papel?
Quero-te apenas dizer que ainda és o meu grande amor, que sempre serás!
Não me lembro bem de como tudo isto começou. E não há maneira de tudo isto terminar…
Mas eu sinto-me a arder por dentro. A arder sem queimar.
Olha bem para mim, e diz-me se tudo o que vês não faz sentido.
Se me disseres, mais uma vez, que tudo acabou, então não quero nada mais para mim, para a minha vida.
As noites são intermináveis. Não me consigo habituar a passá-las sozinha. Com tudo o que sou entregue à solidão.
E, se não me reconheces… Então peço-te que o queiras fazer…
Continuas a olhar para mim e a sentir que já nada faz sentido?
Não me digas novamente que chegou o fim…porque eu já não consigo simplesmente estar sem ti….
Sei que te guardarei sempre no cantinho mais especial do meu coração, que te recordarei sempre com um grande sorriso por tudo aquilo que foste, por tudo aquilo que me deste, por tudo aquilo que vivemos.
Recordar-me de ti far-me-á sempre muito feliz.. Feliz como sempre fomos..

(Este texto já tem algum tempo.. mas encontrei-o num dos meus muitos caderninhos e quis passá-lo para aqui.. para partilhar com todos aqueles me me lêem, embora neste momento eu já não sinta nada ao recordá-la...).
Maria

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