domingo, 25 de maio de 2014

''...''

Fotografia tirada do meu álbum pessoal..
Hoje o universo atirou-me cuspo à cara pelo dia adiante,
há dias assim, em que até engolir a saliva parece ferir, não há?
Eis que procuro a vertigem do teu rosto,
quando me dói tudo és ainda mais bonita, sabias?
A salvação é a impressão digital da tua boca, o sossego e o susto das tuas palavras,
vai ficar tudo bem,
e fica,
basta encontrar sinais visíveis da tua passagem,
és na minha vida todas as sílabas, todos os vícios que se me agarram ao corpo,
debaixo da lua,
mas nem um fio se mexe em mim,
podia ser milagre,
não era,
apenas o meu corpo inteiro concentrado em amar-te,
a única devassa seria não te ter,
quando estamos sós rimo-nos com a incerteza, com os estilhaços que a vida envelhece em nós,
querem derrotar-nos com palavras, com más pessoas,
ingénuos,
quando te abraço a vida permanece intacta,
a morte também,
até o subterrâneo nos eleva,
o interior de ti, há plano mais alto do que esse?,
a paixão serve-nos de consolo, de urgência,
uma manhã acordei desesperada de saudades de ti, suava e chorava por todos os lados, lembras-te?,
a partir daí comecei a programar o despertador para me acordar de duas em duas horas, só para te olhar, não resultou, eu não adormecia sequer...
um minuto, um segundo,
olhar-te dormir para poder dormir,
podia ser metáfora mas é verdade,
gostas mais, não gostas?,
é claro que temos medos, revólveres apontados aos sonhos,
quem não tem?,
bebemos contudo da raridade da inocência,
e praticamo-la,
ardemos sempre de fogo, jamais de gelo,
há muita gente que se queima no gelo, como conseguem?,
há dias em que a vida nos suja as janelas,
como hoje,
dejectos, estrume, até maldade,
é um grito para nos levantarmos e a abrirmos,
nada mais,
tomamos um copo de leite, comemos torradas, amamos o que temos para amar,
é tanto, não é?,
aos poucos o ar retira o que sujava o vidro,
ou a chuva, ou mesmo o sol,
e quando olhamos novamente lá para fora já estamos irremediavelmente prontos a cicatrizar de prazer o que nos custa,
vamos a isso,

vamos?

sábado, 24 de maio de 2014

A minha mulher que eu amo é nota vinte na Escala de Musa. E nota vinte na Escala de Tusa também. Tem tanto de deusa como de fracasso, tanto de santa como de p*ta. A minha mulher que eu amo não é a mulher mais bonita do mundo e é por isso que é a mulher mais bonita do mundo. Não diz sempre as palavras certas, não procede sempre da melhor maneira, nem sequer é infalível quando se propõe fazer algo e é menos de metade do que aquilo que queria ser. E ainda assim nunca deixou de me dar as palavras necessárias a cada momento, os actos que eu preciso quando eu preciso deles, e atingir o destino que ambos queríamos atingir. A minha mulher que eu amo tem tanto de céu como de inferno, tanto de branco como de preto, tanto de noite como de luz. Farto-me dela porque só ela me farta, só ela me enche e preenche, só ela me faz sentir-me inteira quando me falta tudo e só tenho a ela. F*de e faz amor comigo, grita, chora e geme com a mesma verdade. Zanga-se, atira-me com coisas ou pensa que atira só para se sentir melhor, não tem medo de mostrar o que lhe dói nem tem medo de mostrar o que a deixa eufórica. É tão pessoa como eu, tão actriz como eu sou, quando às vezes sentimos que o mundo pode cair e depois nos colamos um ao outro, e colamos, tijolo a tijolo, o que há para colar, e o mundo continua a rodar, sabendo que basta estarmos juntos para nada impedir o nosso caminho. A minha mulher que eu amo tem ciúmes e não os esconde, tem vontade de partir a cara a umas quantas, o secreto desejo de que mais ninguém me veja, para que só ela me possa ver. E eu tenho os mesmos ciúmes, a mesma vontade de esmagar de pancada quem simplesmente a olha e gosta, o nada secreto desejo de a guardar só para mim, fechada no nosso cantinho de para sempre. Mas depois o mundo chega e até nós gostamos. Gostamos de descobrir que a água do mar é fria demais mesmo quando é quente, que quando o frio aperta somos mesmo um corpo unido por quatro braços, que conseguimos rir até das pequenas desgraças das nossas diferenças. Debatemos ainda de qual de nós os gatos gostam mais, fazemos apostas que invariavelmente e incompetentemente perco e me fazem estranhamente sentir-me vencedor por dentro do sorriso dela. A minha mulher que eu amo tem a pele absoluta, o corpo derradeiro. Tem tanto de pecado como de remissão. É a minha musa e a minha tusa, o poema total e o orgasmo pleno. Tem tanto de independente como de precisada. Tanto de forte como de frágil. Tanto de morte como de vida. Tanto de alicerces como de terramoto. Tanto de fera como de presa, assassina feroz e pobre vítima. Gosta que a amem, simplesmente, de sentir-se amada por quem fatalmente ama. Sou dela, como nunca de ninguém. Tua, sim. Vem. Sempre Esta é a mulher , a minha mulher a mulher que eu amo.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Abraça-me...

"Não me chega que não me façam chorar: têm de me fazer rir. Não me chega, sequer, um sorriso tímido, têm de saber fazer-me rir descontroladamente. E chorar. E abraçar-me a seguir e dizerem-me que tudo vai correr bem. E que, a seguir, corra mesmo.
Não me chega que não me magoem: têm de me fazer sentir. Não me chega um amor morno, tem de me fazer queimar. Tem de ser uma paixão urgente enrolada em amor calmo. Ou um amor confortável embrulhado numa paixão indecente. Tudo ao mesmo tempo.
Não me chega uma vida morna. Um amor só porque sim. Um ombro só porque ampara. Um abraço só porque aquece. Um sorriso só porque é hábito. Preciso do tudo que é tão mais que isto.
Sou exigente: não me chega que gostem de mim.
Têm de saber amar-me."

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Pedaços de mim...



Mais recentemente por motivos que não me ligavam directamente a esta frase ela surgiu e hoje escrevo sobre o que sinto quando a ouço ou relembro...

‘’Do you remember the first time that you cut yourself?’’

Lembro-me de não ver nada mas de saber que não estava só.
Sussurraram-me ao ouvido canções de embalar e a dor não sentiu sabor em mim. Um brilho saiu dos meus olhos naquele primeiro momento e desesperei ao saber que me aliviara.. sabia que nunca mais seria a mesma. Ali, naquela triste melodia, sem som e que escorria em mim...
Segui nesse caminho até chegar à lua de tão longe que a determinada altura fui, tropecei nas calçadas dos pensamentos avassaladores que rondavam o meu segredo e lembro-me de pedir a mim mesma todos os dias para que nem eu própria alguma vez me abandonasse.

Lembro-me de olhar a medo vários olhos pedindo ajuda e de me encontrar mais tarde, de novo, com inúmeros objectos que puramente me saciavam da loucura que eu precisava de soltar.  Lembro-me de sufocar dentro de mim, como se estivesse presa debaixo de terra, de mil mares, e de falar sem som, como nos filmes mudos...
Lembro-me de tantos choros, tanto desespero, de tanta raiva de mim mesma e de como ao mesmo tempo nunca deixei de ser forte. De caminhar em passos lentos desejando correr sem força nas pernas e de tudo aquilo que me veio salvar.

Lembro-me de quantas vezes pendurei o meu olhar bem no alto céu e de quantas vezes os cerrei igualando assim os punhos com tanta força que cheguei a ficar com a ponta dos dedos roxos.
Lembro-me de todas as vezes que me forcei a mim mesma a responder quem eu era só para que eu não me esquecesse disso e do dia que mais sangrei.
Lembro-me dos berros com que te chamei de novo à terra, para junto de mim, e do quanto te odiei por não me poderes ajudar ou salvar. Das horas sombrias e da saudade do amor.
Aquele amor que me salvara sempre de todos os fantasmas, aquele que nunca se foi embora e que sem saber me tirou do pior de mim inúmeras vezes... Aquele amor que mesmo não sendo meu foi o coração que tanto bateu em meu peito.
Lembro-me de a determinado dia querer sair de onde estava e de jurar a mim mesma que não o faria mais... Que não deixaria nem aquelas marcas em mim para me lembrar do que outrora tinha sido..

Às vezes basta fechar os olhos e nunca deixamos de nos encontrar connosco mesmos...
E todos os dias eu resisto, ainda hoje, para ser mais forte a cada dia que passa, mesmo quando é quase impossível não fazê-lo....


...
Cinco meses sem me auto-mutilar ...

- Fotografia do meu pulso direito -

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Surreal :D



E porque se chamam ''Animais'' não devem ser tratados como tal quando valem muito mais que muita gente...

sábado, 17 de maio de 2014

Baptizado II


Porque existem momentos que nunca sairão do meu coração...
Os meus dois afilhados, o presente e a futura :D

Os mais lindos deste mundo e que tantos sorrisos levam de mim :D

sábado, 10 de maio de 2014

Baptizado...


Existem momentos que não passam despercebidos e nos tocam no mais profundo do nosso ser. 
Momentos com alma, dedicação, ensinamento e esperança num amanhã repleto de magia e construção numa fé acabada de iniciar.
É urgente passar o testemunho nos dias que correm para que as nossas crianças sigam o legado e testemunhem elas próprias às crianças do futuro. 
A fé não nasce porque sim, não nasce porque nos mandam ou porque é engraçado. A fé, a verdadeira fé é algo que se constrói todos os dias, se implanta em alguém como que uma semente e se faz por se cuidar todos os dias. Alimentar e renovar todos os dias...
Hoje nós demos os dois o primeiro passo na construção da tua fé e mais um voto de renovação da minha. Hoje tornei-me mais cúmplice, mais próxima, mais tua. Hoje tornaste-te filho de Deus, irmão de Jesus e eu tua madrinha. E o orgulho sentido não encontra palavras nem definições em dicionários, o orgulho encheu-me o peito e está guardado dentro de mim para que o possamos relembrar todos os dias daqui para a frente. 
Hoje foi dar as mãos, acreditar e saber que ser parte de uma nova família é mais que possível.
Agradeço, do fundo do meu coração o prazer que foi o dia de hoje.
Meu querido afilhado Luís Henrique, que este nosso caminho seja repleto de toda a fé e amor possível ... 

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Para a minha namorada

Como, explica-me...
Como é que tu apareceste desse nada e te fizeste tanto....
Ainda hoje só sei que és real porque te toco...
E se o meu coração insiste em andar às voltas, a minha cabeça pede que pare e que volte tudo atrás ara que eu possa de novo sentir aquele primeiro beijo que te dei...
Lembraste.. Daquela tarde abraçadas no sofá.. Quando ainda éramos só palavras e eu te pedi se te poderia beijar.... Lembraste tu de todo o desejo que havia acumulado e da incerteza se seria só fascínio ou se seria mesmo amor... E lembraste tu de tantos beijos dados, tanto tempo de mãos entrelaçadas...
Lembraste da primeira vez que nos fizemos nossas? O teu corpo no meu. A loucura, o fogo, meu Deus, é como se tivesse sido ontem e no entanto já passou mais de um ano....muito mais do que um ano. E cada vez que nos vemos é um brilhar nos olhos, um sorrir nos lábios. É sempre a primeira vez... E é tão especial para mim. E eu queria tanto que fosses ainda mais e que tudo o que nos afasta se fosse embora.
Cuca... Eu gosto tanto de ti, tanto meu amor, tanto... Tu és tão especial para mim...
Quero ser sempre eu, que sejas sempre tu...
E sei que seremos.. Porque sei que é o que ambas temos lutado. Aparecemos na vida uma da outra quando já nada parecia possível e prendemo-nos de ta forma que ainda hoje, mesmo que tu estejas aí e eu aqui, somos uma só ...

És a minha menina meu amor, e eu sou a tua ...

domingo, 4 de maio de 2014


Aguenta Maria... Está quase...
Esfrego o rosto em movimentos verticais constantes. Esfrego os caracóis sem lógica, sentido e, tal como eu, algures sem rumo...
Não sei porque às vezes me sinto assim... Sinceramente não sei... Tenho percorrido um caminho tão longo, tão complicado e tenho vencido todas as etapas, mas às vezes, poucas mas não nulas, eu sinto-me triste como se me faltasse algo. E talvez eu não possa dizer mais o que sinto falta ou de quem. Porque há momentos que não se vivem duas vezes e quando se perde alguém raramente se reconstitui a cena do crime, se apagam provas e se sai vitorioso.
Sei que falta pouco.. Falta muito pouco e terei tudo exactamente como tanto lutei para ter estes últimos anos... 
Os projectos já têm nomes e já não são desconhecidos. Já sabem quem eu sou e já reconhecem os meus esforços. Agora não é altura de parar, talvez de repousar um segundo...
Existem passos que custam, olhares que queríamos presentes e saudações de quem longe está...
Caminha Maria..
Não dês passos para trás só porque tudo parece parado. Esta é precisamente a fase em que mais precisas de te esforçar por terminar... 
O projecto está lançado, a marca registada, tanta pesquisa esta a dar frutos e agora sim, sabes que não passaste meses a treinar o mesmo para que não levasses tudo ao fim....
Mais de dois anos... Lembra-te disso... e estás quase lá..
Pá de escrever como se fosses uma terceira pessoa, levanta-te e vai à luta... Está quase.....

E o que acontecerá depois?

Sinceramente não quero saber... Foram mais de dois anos de muito trabalho, recuperar-me a mim mesma e saber estpular o meu caminho, manter-me fiel e ter força para o levar nos dias mais difíceis, o resto ninguém quer saber, nem eu...  


Sonhos...


São tantas as vezes em que sentimos que o nosso mundo cai..
Não sabemos como levantar e superar a perda, quanto mais e seguir em frente. Não há muito tempo eu perdi alguém que era tudo para mim. O meu mundo, o meu melhor amigo, o meu confidente, o meu pai, o meu avô.
E se haviam paixões que partilhávamos, o Benfica era sem dúvida uma delas. Foram tantas as horas meu Deus, tantas as horas em que ficamos deitados sobre a cama  a conversar sobre o Glorioso. Tantos jogos aqueles em que fomos juntos. Alemanha, Inglaterra, Itália.. Tu ias para todo o lado e eu seguia-te tantas vezes de corpo e alma...
Faltou-nos ir ao estádio novo. Era um dos nossos planos que ficou por realizar... Nunca esperei que fosse assim, porque sinceramente imaginei este momento com outra pessoa, de outra forma, mas não o foi... E acredita que foi perfeito como foi.
Sentia-te como que dentro de mim a mandar-me expressar-me. Sentia-te ali nas minhas pernas dormentes, na lágrima que tinha no olhar. Hoje eu vivi algo só nosso e sei que não direi a ninguém como foi na realidade, porque há coisas que eu quero guardar só para mim, só para nós...
Gritei tanto......
Festejei tanto o golo......
Hoje eu não tenho dúvidas, tu estiveste mesmo comigo e eu sei, que faltam apenas dois passinhos para que eu consiga realizar tudo o que planeámos e não o fizemos juntos...
E sei que só vou descansar quando realizar o que falta, e talvez assim até eu possa finalmente descansar depois daquele fatídico dia que te levou...
Talvez nesse dia eu deixe de acordar com tantos pesadelos e tão suada a meio da noite. Talvez assim eu consiga deixar de ter aquelas crises de choro que tantas vezes, do nada, tenho. Aquele choro compulsivo, aquele soluçar que me dói tanto....
Perder-te, foi a pior coisa que me aconteceu até hoje... Mas sei que foi o choque que eu precisa para deixar de ser que era e mudar tudo em mim... E sei que estás orgulhosa da menina que eu sou hoje. E eu prometo avô... Prometo que eu me manterei fiel desta vez a mim, aos princípios e educação que me deste. Prometo acima de tudo ser feliz de verdade...
Porque eu sei que estás a olhar por mim.. Não te esqueças: Eu sinto-te comigo e eu sei que ainda aqui estás... Só nós já nos vimos mais do que uma vez, e mesmo que me julguem louca, e escutei-te vi-te... E sei o que me pediste...