sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Regressos...

Há alturas assim.. Alturas em que me é impossibilitada a presença junto de quem gosto.
Não me recrimino pela minha ausência, pois sei que estou em missão e que esta só terminará com o pior dos resultados. No entanto, para quem não precisou de tecnologias para me encontrar, eu estive sempre presente.
Sinto um cansaço imenso e o meu corpo começa a fraquejar. Custa-me agora adormecer, depois de tantas noites a pé. E os passeios que tenho dado, no silêncio da noite, têm sido mais vagos que o meu futuro.
No entanto, apesar de as expectativas não serem as melhores, eu não tenho baixado a guarda nem desistido que o destino se altere. Tenho tentado que o pensamento se mantenha positivo mesmo sabendo que o desefecho desta história, que para breve se faz anunciar, será aquele que eu jamais quereria algum dia ver concretizado.
Os cuidados não deixam nunca de ser suficientes perante quem de mim precisa para tudo. Perante quem já não sabe sequer o que está à sua volta ou o que o espera.. Aguarda apenas, sem saber muito bem do quê, que algo não seja como o que vê quando olha em redor.
Por vezes são os olhares que mais me custa suportar.. Olhar vago, perdido, sem rumo nem conhecimento de causa. Outras vezes são palavras, pedidos que me são feitos e que me deixam ensopada em lágrimas..
-"Quando o avô morrer... Promete que me vais ver todos os dias" - Disse-mo ele numa das últimas vezes que falou...
Mas também há gestos.. Houve um beijo na minha testa que me deixou completamente presa, angustiada e de rastos.
Mas tenho tentado ser o pilar do que me rodeia... Menina forte que não chora, que não desiste, que não se rende ao cansaço evidente. Menina que se sente completamente impotente, menina que luta por alterar o final desta história. Menina coragem que suporta todas dores, as suas e as restantes, apenas porque porque sabe que, se cair, todo se arrasterá com ela.
E assim os vejo.. Velhos, tristes e cansados. O vejo a partir lentamente deste mundo e ela, fazendo-se de mais forte do que o que se encontra neste momento, a ocupar-se com mil e uma tarefas vãs...
As correrias nunca parecem terminar e eu tento estar em todo o lado ao mesmo tempo. É que eu não sou só neta deste casal, também me sinto filha. E bom filho é aquele que não precisa de se basear no passado para poder ajudar no presente para que o futuro possa ser melhor.
As guerras já lá vão, já perderam o sentido. A união é agora o mais importante.
E se a vontade de escrever tem sido nula, os meios também não me têm sido grande ajuda.
Agradeço desde já a todos aqueles que me têm acompanhados neste percurso. Aos que de longe se fazem estar perto e aos que de perto, se grudam em mim não me deixando fraquejar...

1 comentário:

  1. "Menina forte que não chora, que não desiste, que não se rende ao cansaço evidente. Menina que se sente completamente impotente, menina que luta por alterar o final desta história. Menina coragem que suporta todas dores, as suas e as restantes, apenas porque porque sabe que, se cair, todo se arrasterá com ela." Não te conheço o suficiente, mas tenho o à vontade para te dizer algumas coisas..Aqui vai Menina Forte também chora e precisa nem que de um micro segundo se trate, parar para respirar e retomar forças... Quanto à luta constante para mudar o final da "estória" nem sempre o conseguimos, para alterar a nossa precisamos de seguir certos rumos, corrigir erros e o ser humano é comodista demais para o fazer! Sim suportam-se dores inexplicáveis...sim até se tomam as dores dos outros, quando por vezes não nos cabe a nós fazê-lo, e quando caíres...se chegares a esse ponto...quem olhará para ti e te virá como um mártir??? NINGUÉM, apenas como mais uma fraca que não aguentou...sê o pilar apenas da Isabel, é ela que precisa de um futuro risonho, o resto...é só aguentar pq a vida não é um drama, mas sim uma comédia de baixa qualidade...:P
    Sê!

    Angie

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