quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Inseguranças...

O rascunho de um texto que ficou por acabar  que foi escrito dias antes de partires avô...

''Não é de agora que o pânico invade o meu pensamento.
Não são de agora as crises de choro nem os pesadelos nocturnos..
O medo invadiu-me e eu não sei como me proteger dele...
Se por um lado tenho a luzinha da figura paterna a apagar.. Por outro tenho a luzinha da figura materna a piscar..
Sinto que a minha própria luz se sente inconstante perante o assombro que me rodeia.. Este é o meu mundo, o único que conheço. Esta é a minha familia, a única que tive... Esta é a minha realidade. Perceber e, acima de tudo aceitar, porque o meu mundo vai desabar e porque irei perder alguém que amo.
Mas a vida é feita de ganhos e perdas, lucros e prejuízos, mortes e nascimentos.
Mas a é feita de doces e poderosas lembranças... Algumas feitas de desilusões e mágoas...
E eu ando aqui pelo meio, a balançar sem mastro onde me agarrar.. Porque o meu porto seguro nem sempre aqui está, nem sempre me entende, nem sempre aceita a minha realidade como eu gostaria.
Este porto seguro que deveria ser como terra firme às vezes balança tanto ou mais que eu...
Sim, sou fraca. Sim, sou medricas.. sim, sempre tive medo. Toda a minha vida tive medo. Mas eu simplesmente não posso continuar a tê-lo... Muito menos pensar que o passado vai viver para sempre nos meus dias e que todos me farão igual.
Há uns dias disseram-me, acertadamente "Tu não dás uma única hipótese a ninguém, nem mesmo às amizades.", e não, não dou... Tornei-me desconfiada e medrosa. Tornei-me assim apenas porque me magoaram... Porque me magoaram mesmo muito e naquilo que eu mais queria... Amor...
Porque sinto que a qualquer momento tu deixarás de estar neste mundo e eu sinto que nunca mais me irei encontrar de verdade comigo mesma a partir desse dia...''

Sem comentários:

Enviar um comentário