sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Me...



Tu que precisas de mais que palavras e não ouves voz alguma.
Tu que precisas de gritar e não podes.
Tu que só queres chorar, mas seguras as lágrimas para não serem incontroláveis.
Tu que às vezes preferias até morrer, mas que não te matas.
Tu que queres desaparecer por tantas e tantas vezes e simplesmente não fazes.
Tu que sofres e não o demonstras.
Tu que carregas o mundo e fazes-te de forte para que ninguém perceba que já não aguentas mais.
Tu que precisas de soltar tudo o que vai nesse coração e ficas em silêncio...

Sim, a resposta é essa... Tem-la.

Não conversas porque não sabes o que dizer.
Não gritas porque não queres que se saiba o som da tua revolta.
Não choras porque nunca saberás como parar.
Não morres porque precisam de ti viva
Não desapareces para que saibam sempre onde te encontrar.
Não mostras  tua dor porque tens medo de que ninguém a compreenda.
Não divides a cruz porque sabes o quão insuportável esta é.
Não abres o teu coração e não paras de fazer silêncio apenas porque já te habituaste a lutar sozinha.

Não ages em conformidade com o que sentes, muito menos com o que precisas, apenas porque não queres preocupar ninguém.
Porque não gostas de te sentir fraca.
Porque nunca deixaste que te vissem chorar.
Porque os abraços são virtuais.

E acabas por te encontrar sempre sozinha, a amar à distância.
A querer que o mundo mude e que o amor cubra todos os corações.
Precisas tantas vezes de pedir ajuda.. E sentes que ninguém percebe que estás a chegar ao teu limite, por isso, também não o fazes..
Mas tudo verga, tudo parte, tudo acaba e, um dia, sem te dares por isso, também tu vergarás e partirás.

E nesse dia, como em todos os outros ninguém estará lá pra ti...

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