e a chuva parou de cair,
o meu bairro feio torna-se perfeito,
e um monte de entulho jardim.
O charco inquinado voltou a ser lago,
e o peixe ao contrário virou.
Do esgoto empestado saiu perfumando,
um rio de nenúfares em flor.
Sou a mariposa bela e airosa,
que pinta o mundo de cor de rosa,
eu sou um delírio do amor.
Sei que a chuva grossa que entope a fossa,
que o amor é curto e deixa mossa,
mas quero voar por favor!
No metro enlatado os corpos apertados,
suspiram o ver-me entrar.
Sem pressas que há tempo,
'tá gasto o momento,
e tudo mais pode esperar.
O puto do cão com seu acordeão,
põe toda a gente a dançar,
e baila o ladrão,
com o polícia p'la mão,
esvoaçam confetis no ar!
Sou a mariposa bela e airosa,
que pinta o mundo de cor de rosa,
eu sou um delírio do amor.
Sei que a chuva grossa que entope a fossa,
que o amor é curto e deixa mossa,
mas quero voar por favor!
Há portas abertas e ruas cobertas,
e enfeites de festas sem fim,
e por todo o lado é ouvido e dançado,
o fado é cantado a rir.
E aqueles que vejo que abraço que beijo,
falam já meio a sonhar,
se o mundo deu nisto e bastou um sorriso,
o que será se ele me falar.
Sou a mariposa bela e airosa,
que pinta o mundo de cor de rosa,
eu sou um delírio do amor.
Sei que a chuva grossa que entope a fossa,
que o amor é curto e deixa mossa,
mas quero voar por favor!
Sou a mariposa bela e airosa,
que pinta o mundo de cor de rosa,
eu sou um delírio do amor.
Sei que a chuva grossa que entope a fossa,
que o amor é curto e deixa mossa,
mas quero voar por favor!
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