sexta-feira, 15 de julho de 2011

Maria...


-"Maria!

Maria vem, já não são horas de brincares no baloiço. Está a ficar escuro.. Ainda te magoas..."

Mas no baloiço não está ninguém. Maria não está aqui e nunca chegou a ir experimentar o baloiçar, o vento a bater-lhe nos caracóis que imagino que teria e nunca se riu, como eu às vezes penso que seria o seu sorriso. 
Maria não nasceu. Maria não é gente. Maria só existe para mim. 

Não sei se seria hoje que realmente nascerias. Não sei se eu desempenharia bem o meu papel de mãe. Não sei nada.. Porque nunca te tive nos meus braços. Nunca ouvi o teu primeiro choro e nunca juntei as nossas mãos. 

Ainda assim, saio lá para fora, sento-me no baloiço e imagino que é a ti que eu empurro.. "Com mais força, mãe.. quero que seja com mais força"... "Com mais força podes magoar-te.."...

Mãe.... Nunca mo chamarás
Filha.... Desculpa se te perdi. Se não servi nem para te ter. 
Desculpa-me se tudo foi muito injusto e eu não te quis.. Se fiz tudo para te perder.. Mas, quem serias tu agora?
Como serias tu, minha pequena Maria...

Terias os meus olhos? Terias o meu sorriso? Terias os meus caracóis?
Que terias tu de mim? E porque te perdi eu se hoje poderias ser tudo o que eu realmente poderia ter...?

Filhota... Amor da vida da tua mamã...
Recebe este meu beijinho, onde quer que estejas... E, por favor, nunca te esqueças que eu te adoro e que nunca, por um único segundo que seja, te tenho no meu pensamento e no meu coração.

Parabéns Maria! Felizes sejam estes teus seis aninhos!

Amo-te muito, filha! 

".............."

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